Era longe, mas fomos, eu e minha senhora. Afinal, tratava-se do chá-de-fralda do (então “Ervilha”, hoje Francisco) filho do Bruno, também colaborador deste espaço e, coincidentemente ou não, meu melhor amigo. Nem mesmo eu, rei do furo, conseguiria perder este compromisso por conta de minhas recorrentes mesquinharias. Apesar da distância, ignorei o desafio e parti para Pendotiba, na garupa de “Dionísio”.
E foi no aprazível evento para incentivar doações de fraldas para seu rebento, à época ainda por nascer, que formalizei o clamor por este ponto de reflexão e expressão com toda a rationalization-tion (em geral persuasiva) que me constitui, direcionando a proposta de parceria para sujeitos que, especialmente, admiro. Em minha argumentação já semi-ébria e ainda despretensiosa, bastariam uns poucos minutos por semana, alguma intimidade com as letras e a fluência nas teorias de liberalização virtuosa do mundo (que, com absoluto esmero, lapidamos em todos esses anos de bares e afins) para que materializássemos a “Prosa da Semana”. “Não custa nada”, eu insistia. Os atributos necessários para tanto, todos os quatro tínhamos, e tal...
De fato, era um sonho antigo (o de escrever de forma colaborativa), mas, naquele momento, tratava-se de puro blá-blá-blá, palavras ao léu, simples lero-lero. Jamais mentalizei como realizar isso. E fui pego de surpresa pela iniciativa do Mateus, que, debaixo de seu telhado vivo, tratou dos trâmites burocrático-cibernéticos, batizou o blog e o colocou no ar poucos dias depois daquela conversa. A partir dali, sim, idealizei, ainda que de forma nebulosa e imprecisa, o que gostaria que fosse feito desse espaço.
Mas comecei – eu mesmo – me perdendo em longos e enfadonhos relatos, e me decepcionando com o pseudônimo de um, a digitação erradia do outro... Quando o Bruno colocou no ar o texto repassado pelo tio, desisti precocemente de esperar por melhorias. Acreditei que o espaço havia inexistido, atrofiado por sua própria falta de rumo: gigantesca serpente perdida em si, dedicada a dar-se nós. De lá pra cá, nem ler, lia. Como de costume, desisti sem muito alarde. Como de costume, fugia.
Hoje, por curiosidade quase sádica (comigo), revisitei o espaço. E gostei muito do que vi. Minha birra era, afinal, mais um mero fricote auto-paralizante – dentre tantos. Coisa de quem não acredita-se. Mas, sinceramente? Cansei de não acreditar em mim. Em nós! Nunca quis ser pop, para nada. Não é meu Eu verdadeiro quem quer sê-lo na escrita. É o outro: parte de mim também, mas uma parte pior, que não merece qualquer grau de soberania...
Claro que ainda acho que o mundo está errado por não valorizar minhas características positivas. Ainda me ressinto de que não haja um emprego em que me paguem o mesmo (ou mais, porque não!?) que me pagam na burocracia, onde adentrei por concurso desesperado, para escrever algumas crônicas e criar algumas vinhetas por mês. Mas, quer saber? Renovo o foda-se tudo, mas agora compreendo seu significado mais profundo. E isso aprendi aqui, neste espaço que COMPARTILHO.
Paciência, a virtude dos vencedores. Não no sentido escroto da palavra, mas sim, no sentido de ir de encontro ao que se preza, se considera.
ResponderExcluirDICA IRADA - youtube, planet hemp - STAB....acho muito foda a letra. Principalmente a parte do B negão...
eu tô bêbado pra caralho e isso tudo ficou engraçado da porra.
ResponderExcluirmas ae, o meritocrata é você. a ralé dominou o mundo e você não consegue aceitar.
ae, cê é mó bundão.
ResponderExcluirVou ali ficar magoadíssimo um minuto e já volto!
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